Vou falar um pouco sobre o Joaquim e a Laura, dois portugueses de garra, fibra, que passaram o 25 de Abril e viveram, uns dias melhores, outros piores, outros bem piores e nunca saíram do seu País.
O Joaquim ficou órfão muito jovem e como antigamente a escola não era necessária para a formação dos pobres, começou a trabalhar bem cedo. Ganhou um prémio, muito valioso, que lhe deu a riqueza da sua vida, foi adoptado, sem papéis ou burocracias. Necessário apenas o amor. Fez a escolaridade possível – a primária.
A Laura, teve uma história semelhante. Não ficou órfã, mas era pobre. De uma família de muitas bocas para alimentar. Foi para casa de um tio rico. Não para viver, para trabalhar. Desde os sete anos. Ninguém a deixou aprender as letras, os números, o prazer de viajar pela leitura. Teve uma vida dura.
Se foi o destino, ou o acaso, não sei, mas o Joaquim e a Laura cruzaram-se e os corações bateram juntos. Começaram uma vida a dois.
A dois trabalharam, a dois lutaram. Nada fácil, nada dado, passo a passo conquistado.
Por três filhos labutavam todo o dia, com esforço, como se por eles tudo fosse por magia.
Viram os filhos brincar no meio de nada, serem felizes com coisa nenhuma, sem bonecas, ou carrinhos, mas com a abundância de carinhos.
A vontade e a persistência são verdadeiros poderes e aqui não foi excepção, para todas as dificuldades que encontravam tentaram encontrar a solução.
Não deram aos filhos dinheiro, pois não o possuíam, nem bens, roupas ou qualquer excentricidade, mas ofereceram-lhes sonhos e ensinaram-lhes como alcançar a força da vontade.
Todos estudaram, todos sabem ler, fazer contas, escrever, atingiram o pico da educação, no País que os viu nascer, crescer e que estava e está no seu coração.
O Joaquim já não está entre nós, mas deixou o seu legado, os seus filhos também ensinam aos seus netos que sonhar não é pecado.
Eu sonho em Portugal, conforme me ensinaram a fazer, e também ensinarei aos meus filhos que isso é possível fazer.
São pessoas assim, que com a felicidade por ambição e nada mais, conseguem grandes feitos e nos motivam ao mostrar que os sonhos afinal podem ser bem reais.
Adoro-vos meus pais…
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